domingo, 26 de setembro de 2010

Reflexões Alfabetização e Letramento

Foto: pré-escolar 2A setembro/2010.


Reflexão do eixo 2 – Fundamentos da Alfabetização

Revendo as atividades, relendo as postagens no webfólio e nos fóruns da interdisciplina organizei um texto a partir das leituras ali apresentadas de alguns capítulos do livro de Magda Soares, Letramento: um tema em três gêneros (2001), e os capítulos 1, 2, 3, 4, 5 e 8 do livro “Psicogênese da Língua Escrita”, escrito pelas pesquisadoras Emília Ferreiro e Ana Teberosky.
Destaco a importância de conhecermos as teorias que cercam nosso trabalho para melhor realizarmos o nosso fazer pedagógico.

Uma das questões que levantei foi quanto ao trabalho de alfabetização onde “a descrença que muitos alunos carregam consigo de que não serão capazes de desvendá-lo (o mundo da escrita) é angustiante para nós, professores alfabetizadores, pois diminuem sua auto-estima e não auxiliam na sua construção pessoal”. E acredito nos estudos da Emília Ferreiro como sendo, de fato, um excelente começo para entendermos um pouco melhor o que acontece no processo da construção da aquisição desse conhecimento pelo nosso aluno. E isso pode muito nos auxiliar em nosso fazer pedagógico, contribuindo assim para melhorarmos nosso entendimento de como se dá essa construção, para que possamos mediar a busca do aluno na construção da lingua escrita.

Magda Soares nos ensina que atualmente “não basta apenas dominar as técnicas de leitura e escrita, mas é necessário saber fazer uso do ler e escrever, saber responder às exigências de leitura e escrita que essa sociedade faz continuamente. Denominando então o conceito de letramento, explicitando no texto referido que “o sujeito letrado é aquele que se envolve em práticas sociais de leitura e escrita”.

Recortei essa fala que escrevi num trabalho do webfólio e que traz o meu pensar sobre a importância das vivências do aluno serem reconhecidas na sala de aula e aproveitadas para a construção do saber coletivo, da socialização do seu saber, conjugando-o ao saber do outro, transformando-os assim num saber coletivo, adicionado do mundo vivido do sujeito e do mundo do outro sujeito, também vivido e que vem a ser partilhado em conjunto na escola.

Esse pensar se consolidou em minha prática de estágio e me possibilitou a reflexão para construir meu TCC a partir da investigação do papel da escola no resgate da identidade do aluno a partir da sua historia pessoal aliada à história da turma, acrescido de todas as identidades individuais que formam a coletividade da turma:

Relacionando letramento na minha vivência pedagógica, destaco o fato de aproveitar de meu aluno tudo aquilo que ele já traz para a escola: suas vivências cotidianas, seu dia-a-dia, o seu pensar, agir, as relações e trocas com o outro... A sua relação desse mundo escrito/vivido e sua compreensão da importância e diferença que faz esse conhecer, esse viver esse mundo e incorporá-lo às minhas necessidades, a descoberta de que meu mundo vivido é letrado, e por isso, passível de leitura e re-leitura. E que eu preciso conhecê-lo e significá-lo, para poder então, transformar essa leitura/escrita em possibilidade de mobilidade social. E entender que essa aprendizagem deve ser absorvida, internalizada, apreendida, para poder assim, apropriar-se desse conhecimento da escrita. (Stela Maris da Rosa Dias, (2007-1), postagem no webfólio do ambiente Rooda, do curso Pead-UFRGS).

A fala de Emília Ferreiro e Ana Teberosky destacada na leitura acima referida partindo das idéias de Piaget, diz que “sobre a construção do conhecimento, confirmou-se que a criança cresce, age e interage no seu ambiente, no mundo em que vive, e traz consigo esse conhecimento escrito vivido”, confirmam minhas ideias e legitimam minha fala descrita acima. Pois o sujeito que aprende está no centro do processo e é esse sujeito aprendente que vive o processo e que vai significá-lo, trazendo para o universo escolar as suas vivências.

Assim, esse conhecimento apreendido é o resultado da própria interação do sujeito no mundo vivido com o mundo dos outros sujeitos que ali estão vivendo suas histórias conjuntamente, desvendando a própria história e construindo a história coletiva, da turma onde estão inseridos. Utilizando assim, esse novo conhecimento adquirido em benefício próprio, podendo participar do seu mundo social com responsabilidade, e podendo modificar sua condição no mundo em que vive e atua, juntamente com o outro.

Stela Maris 26.09.2010 às 16.10

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