segunda-feira, 30 de junho de 2008

Jardins e Tapetes

Visitei minha amiga Carem, hoje.
E li sua postagem sobre o Rubem Alves.
Deixei esse recado lá:
Educação é plantar flores,
Tecer fios,
Entrelaçar aprendizagem...
Que bom visitá-la.
Saber dos jardins.
E dos jardineiros.
E poder contar de tapetes.
Plantar e tecer...
Vivemos essas muitas vidas juntas!
Que boa essa visitam, me deixou mais feliz.

sábado, 28 de junho de 2008

A moça Tecelã

Marina Colasanti nos brinda com esse conto maravilhoso.
Há alguns anos atrás, assisti uma contação de histórias, num dos
Fóruns de Educação, em Osório.
Pois a contadora então fez uma belíssima apresentação
ao contar "A moça tecelã".
Fiquei encantada com essa história.
Agora, ao terminar esse semestre, o quarto eixo,
pensei nessa história, como uma forma bonita de representar
meu trabalho de educadora:
"a possibilidade de tecer um recomeço, com a luz da manhã".
Aqui podemos transpor para a nossa prática em sala de aulas:
_ Podemos tecer nossa prática diariamente, junto com nossos alunos,
descobrindo cores apropriadas,
tons necessários,
fios mais fortes,
laços e entrelaçamentos de saber,
buscando acertar o sabor,
a cor,
a siginificação!
Caso esse tecer não dê certo,
não saia um bom tapete,
temos (demos) a oportunidade de refazer tudo
à luz da manhã.
Podemos destecer isso tudo
e tecer de novo.
Quantas vezes for preciso,
até que possamos dar conta do "nosso tapete".
Tecendo juntos,
meus alunos e eu e
eu e meus alunos
com certeza sairá um trabalho muito bonito!

terça-feira, 24 de junho de 2008

Reflexão auto avaliação

Vivenciamos um histórico educacional muito conturbado em nosso país. Primeiro com uma educação elitizada, privilégio de poucos, depois em meio a uma ditadura que devastou desse meio pessoas tão importantes como Paulo Freire, tornando nossa escola “uma escola de cordeiros, escola do medo, sem voz e sem vez, tanto aos alunos como a nós educadores”. E, não bastasse tudo isso, ainda hoje vivendo uma educação tão desqualificada, em que nossos governantes pouco ou nada fazem para melhorar o nível do que ensinamos/aprendemos para e com os nossos alunos, em muitos casos até nos atrapalhando, pois que poderíamos fazer mais e melhor se nos fosse permitido isso.
Assistir ao filme proposto para essa atividade e a leitura dos textos (que finalmente pude fazer nesse semestre) foi algo muito prazeroso, gostoso e saboroso de ver, ouvir e ler.
A fala desses ícones da nossa educação hoje, vieram confirmar o quanto podemos realizar nesse espaço da escola, espaço esse que nos é dado sem nenhuma condição de trabalho: salas sucateadas, mesas e cadeiras nada atrativas, sem cor, sem vivacidade; quadro verde também sem muita vida; laboratórios nem pensar. Mas em meio a tanto descaso, ainda assim me considero uma educadora muito feliz! Posso levar meus alunos para o pátio, no entorno da escola, até podemos nos dar ao luxo de algumas viagenzinhas pelo município. Uso minha criatividade diariamente, desenvolvo vários projetos e trabalhos que me proporcionam essa alegria. Tenho como metodologia introduzir todos os assuntos e atividades através da nossa roda de conversas, então vamos diariamente para o chão da biblioteca, ou da sala de aula, ou da sala vizinha, ou no refeitório e até mesmo na rua. Isso me permite muito movimento, muita ação, e os meus pequenos adoram essas saídas para outros tantos lugares. Uma palavra que faz parte da minha prática diária e que me identificará eternamente é ACOLHIMENTO. Acolhimento ao aluno, às descobertas, as dúvidas, os medos, a insegurança dos meus pequenos quanto a buscar saberes, juntando aquilo que já sabem, mais o que fazemos juntos e tudo o que ainda podemos aprender, construindo nossa aprendizagem diária através das nossas vivências coletivas. Rubem Alves disse: “o segredo da educação é a cabeça do professor, o aluno é companheiro de uma grande aventura, bastando só envolvê-lo”. Não precisamos mais nada mesmo, até por isso conseguimos dar aula sem nenhuma condição de habitabilidade nas nossas escolas, no sentido de envolvermos nossos alunos na aprendizagem diária, com cumplicidade de juntos buscarmos isso, nos deliciando-nos a cada conquista. Toda vez que um dos meus pequenos fala “profe, como vamos saber isso?” fico encantada. Aqui começa a nossa busca, juntos, por mais alguma coisa que não só a aprendizagem das letras, da palavra só. Mas toda a busca pelo prazer de juntarmos letras, formarmos palavras e escrevermos nossas descobertas é o que me move diariamente às duas escolas em que trabalho. Não fosse o respeito que tenho aos meus alunos, e o compromisso que assumi no dia da minha formatura, de tornar-me uma educadora de crianças, assumindo todos os riscos que essa profissão acarreta, confesso que já teria desistido de ser professora, em favor de uma profissão menos desgastante, mas seria muita covardia fazer isso. Eu quis ser professora, e continuo querendo sempre. Agora é manter o barco, em todas as direções que ele for, com todos os perigos que podemos encontrar a cada onda mais forte, a cada correnteza mais perigosa... Em cada medo que chega, podemos nos fortalecer juntos, e juntos.com@ é que sei fazer educação. Meus alunos não precisam de mim para aprenderem a leitura e escrita da palavra. Mas nos precisamos juntos para vivermos essa aventura de aprender.

quarta-feira, 11 de junho de 2008

SEMINÁRIO INTEGRADOR IV

Enfim, consegui retornar até aqui.
Meus problemas particulares não me permitiram esse retorna antes.
Bom, com relação às últimas atividades propostas por essa interdisciplina (?) gostaria de colocar que foram muito interessantes de serem realizadas.
Primeiro: a proposta de aguçar a curiosidade dos meus alunos e registrar um pouco dessas, foi muito boa, gostosa de aplicar. Como já expliquei no wiki, fiz uma "roda de curiosidades" e desafiei aos meus pequenos que me perguntassem aquilo que tinham curiosidade em saber. Mas não podia ser qualquer curiosidade, não! Era necessário que pensassem mesmo em algo bem curioso.
Nossa "roda de conversa" fervilhou de empolgação. A cada pergunta feita por um aluno, todos os outros respondiam! E defendiam mesmo a sua resposta.

Olha só essa: "Como não vai existir sereia? Então não poderiam ter feito os filmes! Lá (nos filmes) as sereias aparecem, então elas existem.
E tem essa aqui também: "As estrelas foram feitas de pedaços do sol, tu não vês que elas são brilhantes?"
"Como que tu não sabe que tijolo é feito de barro e depois vai no forno?"

Foi um momento delicioso esse.

Então, fazendo as leituras propostas, agorinha ainda terminei-as, pude constatar a validade dessa prática para que possamos despertar em nosso aluno um olhar mais aguçado frente às temáticas que envolvem toda nossa vida escolar: a nossa vida de educador, que nos permite mostrar ao nosso aluno uma prática coerente e íntegra, para servir-lhe de exemplo. Se minha prática é desafiadora, se permito ao meu aluno perceber isso através de meu posicionamente frente à sua curiosidade, permitindo-lhe buscar uma resposta, discutindo-a com os outros e comigo e consigo mesmo, podendo trazer a dúvida, o argumento, a certeza, então é certo que meu aluno aprenderá a também fazer isso. Mattwew Lipman deixa bem claro "a importância de trazer a curiosidade do aluno à tona, envolvendo não somente a ele nesse questionamento, na descoberta das respostas". E isso se fez bem claro a cada pergunta da nossa "roda". Pois fervilhavam respostas, e argumentos para garantir que essa era a mais acertada.

Uma outra fala do autor me fez pensar mais um pouquinho "quando um professor pretende saber tudo, as crianças ficam com a impressão de que o conhecimento consiste em somente emitir resposta memorizada, em vez de algo a ser buscado e criado". Aqui me lembrei de quantas vezes caímos nesse erro. Nós mesmo precisamos admitir que não acertamos sempre... Mas, o mais importante de tudo isso que me ficou, foi a certeza de que todos nós podemos modificar nossa a prática pedagógica, melhorando-a diariamente. Podemos começar a praticar mais "perguntas" ao invés de dar tantas respostas aos nossos alunos.

Muito boa as sugestões de leituras apresentadas, me envolveram mesmo, tanto que fiz um "esforço danado" pra dar conta de lê-las. E fizeram jus ao trabalho proposto.
Sinceramente, foi muito válido, pois embora eu procure sempre dar muita liberdade de meus alunos pensarem, sugerindo atividades que os levam a questionarem o que fazemos juntos na sala, diariamente, e para que servem afinal essas atividades, me fará buscar ainda mais, ampliando a curiosidade dos meus pequenos, que já não é pouca!