domingo, 17 de outubro de 2010

Eixo 5

O V semestre do curso nos remeteu a organização administrativa da escola: regimento escolar, PPP, gestão, organização e financiamento da educação.

Revendo minhas postagens, vi que trouxe a maioria das atividades postadas no webfólio, nas atividades exigidas pelas interdisciplinas, pois contemplaram estudos importantes sobre o funcionamento da escola e da gestão escolar.

Nesse quinto semestre então realizamos estudos específicos da administração da escola, vimos de onde vem o financiamento para o funcionamento e operacionalização da educação escolar.
Tivemos vários textos importantes, além de excelentes professores, que conseguiram trazer até nós um estudo bem complexo do assunto. Afinal não é muito fácil esse entendimento, pois vivemos num país democrático que está apenas se fazendo nessa democracia, ainda carregamos muitos resquícios da ditadura a que fomos expostos por longos anos sob um regime militar, que não nos permitia sequer questionar, quanto mais dizer nossa palavra a cerca de administração. Um tempo em que todos que ousassem dizer sua palavra eram banidos do país, torturados e até levados à morte!

Então nesse quinto semestre pudemos estudar e conhecer um pouco sobre como se fez a gestão democrática na educação brasileira; gestão democrática essa que ainda se faz, e que justamente por ser democrática ainda está em construção, pois é um processo novo, e os exemplos que temos em nosso município ainda são de pouca visibilidade de gestão real da democracia.
Temos a escola estadual que elege seu diretor através de voto, mas que ainda está longe de ser democrática só porque se vota no diretor e a escola municipal ainda é de indicação político-partidária para o cargo de gestor.

Nenhuma das duas ainda satisfaz em termos de gestão administrativa democrática, pois ainda penso que estão longe de serem democráticas as relações que ali se dão.

Nossos gestores, os eleitos e os indicados, ainda não se abrem à democrática, pois se criam conselhos, comissões e grupos alternativos para dar conta de estar junto às direções, somente cobrando ou exigindo que se cumpram as formalidades, mas que não se processam em relações democráticas.

Nós professores, não nos juntamos para dar conta de discutir o tipo de educação que oferecemos aos nossos alunos. Nas poucas vezes que isso acontece, de juntar-se professores e funcionários na escola, perde-se tempo em fala vazia, cheia de críticas ao sistema, e não encontramos um caminho conjunto, comum e coletivo de oferece e fazer uma educação mais qualificada, mais debatida, mas próxima do melhor que devemos fazer.
Como exemplo quero registrar sobre o projeto UCA (Um computador por aluno) que tivemos a oportunidade de sermos contemplados em nossa escola do estado, na Rondinha. Então ganhamos os computadores, e uma formação de dois anos oferecida pela UFRGS e operacionalizada pela UCS (Caxias do Sul). Todos os professores e funcionários estão inscritos na formação, que acontece uma vez ao mês. Infelizmente nem todos compareceram aos encontros que já tivemos.

Enfim, estamos recém começando nesse caminho da gestão democrática, e isso leva mais tempo do que gostaríamos para se perceber melhoras nessa gestão, em favor da educação de qualidade que ainda apregoamos, mas que não conseguimos dar conta de fazer.

Penso que ainda temos muito chão para trilhar em busca da gestão democrática, até mesmo em nossas salas de aula, pois muitas vezes ainda caímos na armadilha de querer saber mais que o aluno, e erramos pensando que sabemos mais, ao contrário hoje, com o advento das tecnologias temos muito a aprender com nossos alunos, e precisamos dar contar de administrar coletivamente essas aprendizagens, entre alunos, professores e gestores.
Stela em 17.10.2010, às 19.10

Um comentário:

Fabiana disse...

Olá Stela,
destacas nesta postagem a Gestão Democrática, financiamento e organização das escolas.
Trazes uma reflexão bem pertinente em termos de gestão escolar no que se refere a voto direto nas escolas públicas estaduais e indicação de diretores nas escolas municipais.
Será que o fato de darmos o voto para elegermos o diretor caracteriza a democracia em nossas escolas? Será que nossos gestores tem clareza do que é um processo democrático de decisões? O que estamos fazendo enquanto educadores para que esta realidade seja mudada?
Relatas o projeto UCA, que penso ser um projeto almejado por muitas escolas brasileiras, onde vês que alguns colegas não participam das formações. Onde está a raíz do problema? Falta de consciência?
Falta de desejo por uma educação melhor?
Muito reflexiva e pertinente tua postagem,pois trazes fatos que nos preocupam, mas ainda sinto falta de conexão com teu TCC ou estágio realizado.
Abração e seguimos dialogando....