sábado, 19 de setembro de 2009

EJA

Alfabetização e a pedagogia do empowerment político
Henry A. Giroux


Iniciando minhas leituras sobre o texto “Alfabetização e a pedagogia do empowerment político", de Giroux, o autor registra aqui a importante colaboração de Gramsci referente a prática da alfabetização crítica.
Gramsci conceitua a alfabetização como prática social e histórica, vinculada a conhecimento e poder e também por luta política e cultural através da linguagem. A alfabetização tanto podia ser em favor do empoderamento do indivíduo ou social, ou simplesmente perpetuar as relações de repressão e dominação.
Pensava a alfabetização crítica como construção de ideologia como movimento social, ou seja, alfabetização deveria ser uma construção crítica do indivíduo que permitisse possibilidades às pessoas de participarem na luta pela transformação social, e não somente reprodutora do sistema. Seria uma pré-condição da emancipação social e cultural dos sujeitos, não criando somente intelectuais, mas que combatesse à dominação através da luta, como participante ativo, tendo vez e voz, tanto na formação da sociedade quanto governando-a.

Essa primeira colocação já nos traz uma amostra do que vivemos aqui em nosso país, durante anos de dominação de poder. Temos um período de lutas (61-63?) em que Paulo Freire, precursor da alfabetização como poder de transformar a educação bancária vigente em luta pela construção social do indivíduo, em favor da sociedade, histórica e culturalmente um lugar de movimento dos indivíduos em grupos de poder. Pensando a prática da linguagem como “linguagem do mundo em que vivo, mas que posso transformá-lo num mundo muito melhor organizado, mais bem distribuído, mais dignificante para todos", mundo esse que pode vir a ser socialmente partilhado entre todos: poderes de ser individuo e de me organizar em grupo, e de governar este....Após os anos de chumbo, em que muitos foram banidos dessa luta, lá pelos anos 80, com a anistia política, enfim, muitos pensadores puderam se juntar a nós de novo, e trouxeram uma nova esperança de reconquistar um espaço de empoderamento do sujeito com uma alfabetização (educação) democrática, libertária, igualitária. Possibilitadora de reflexões conjuntas, permissiva de novas formações de grupo de poder, poder compreender a realidade que se vive e que se deve lutar, e pode-se lutar em favor de melhorar, transformar a sociedade em que vivemos.

2 comentários:

SuzanDavidBlogs disse...

Oi Stella!
Como você citou Paulo Freire: "linguagem do mundo em que vivo, mas que posso transformá-lo num muito muito melhor organizado, mais bem distribuido, mais dignificante para todos".
Somos nós, professoras, que oferecemos as ferramentas para que nossos alunos transformem o mundo.
Excelente trabalho!

Stela disse...

Isso Suzan é algo que podemos realmente fazer pelos nossos alunos.
Abraço