quinta-feira, 7 de maio de 2009

APRENDIZAGENS

“Aprender é proceder a uma síntese indefinidamente renovada entre a continuidade e a novidade.”
(Inhelder, Bovet e Sinclair, 1977, p.263)

Ao longo de toda a nossa vida, vamos construindo aprendizagens às mais diversas e por diversos meios: ensino escolar, experiências práticas profissionais, estudos individuais de interesse próprio, interações com outros e conosco mesmo. Enfim, é um eterno aprender, reaprender, aprender de novo! Com o passar dos anos, parece-me que é mais fácil o nosso entendimento, tenho a impressão que o amadurecimento nos permite uma maior e melhor compreensão das questões que nos exigem obter informações, refleti-las e processá-las em aprendizagens.
Venho contar dessas aprendizagens nessa atividade. Das últimas aprendizagens que me apropriei, a entrada no mundo virtual foi a mais significativa dos últimos tempos. Conhecer e dominar algumas das ferramentas tecnológicas que eu nem tinha ideia de como se processava, até inimagináveis para mim, foi um marco divisório de águas na minha vida pessoal, familiar e profissional!
Essa aprendizagem me foi oportunizada através da escola formal, ao entrar no curso do Pead, oferecido pela UFRGS no segundo semestre do ano de 2006. A aula inaugural do curso de Licenciatura em Pedagogia à Distância, acontecida no dia 21 de agosto desse mesmo ano foi um fato marcante na minha vida. Histórico. Desafiador. Temerário.
Ao mesmo tempo algo prazeroso, bonito, gostoso. Algo que ficou marcado em minhas lembranças foi a fisionomia das pessoas que ali estavam para nos receber: todas, sem exceção denotavam alegria e felicidade. A professora Marie Jane, a professora Maximira, o prefeito Municipal, a secretária de educação do Município de Três Cachoeiras, Alda Glaciela, a professora das Tics (não lembro o primeiro nome, somente o sobrenome Taruco!). Os primeiros tutores: Milton e Alexandra. Nossa! Que expressão feliz toda essa gente trazia no rosto!
Depois, ao realizar uma atividade de reflexão sobre essa primeira aula, nossas expectativas e desafios para o curso, entendi que todas aquelas pessoas simplesmente refletiam a minha alegria e felicidade de estar ali, inclusa num curso superior.
Passado esse primeiro “dia mágico de felicidade geral da nação peadiana- TC” a bomba caiu: como dar conta de estudar nesse mundo virtual das tecnologias da comunicação sem conhecimento e domínio das ferramentas?
Aqui começou a minha dura batalha para apropriar-me das tão temidas ferramentas virtuais! Os tutores da sede: Milton e Alexandra foram os precursores nessa caminhada: através de email, do A-2 (MSN do rooda) tecemos nossas primeiras comunicações. Aqui criei e-mail, blog e wikis. Foi o auxílio constante da Alexandra, nas altas horas da noite, ensinando, dizendo assim: olha ali, o desenhinho da direita, mais pra cima, clica ali e abre outra porta... Que não me deixou desistir.
Então, após muitas noites de choro, desespero, água com açúcar e até reuniões de família para saber o que poderiam fazer para que eu aprendesse a manusear as ferramentas, apareceu o maior anjo das minhas madrugadas: a tutora Roberta! Pessoa extremamente dedicada, disponível todas as noites, que me ensinava tudo de novo. (Aqui fiz muitos exercícios repetitivos! Poderia até parodiar o sobrenome Roberta Skinner?). Depois, chega a professora Mara Níbia, que então me acalantou tantas madrugadas mais. Conversávamos por longo tempo, trocávamos muita conversa sobre Paulo Freire, escola, filhas, estudos, ferramentas. Pessoas inesquecíveis nessa minha caminhada acadêmica: professora Nádie, sempre disponível e professora Simone Bicca. Ambas, até hoje, pessoas para quem eu corro nas minhas recaídas de wikis, blogs, conexão...
Precisei dispor de muita atividade prática no manuseio das ferramentas para que essa aprendizagem acontecesse, e claro, a orientação constante dos professores e tutores, virtualmente, foi parte muito importante nesse processo.
Apropriei-me das ferramentas, entendendo do seu uso e manuseio, após uma sequencia de ações práticas, com atividades e orientações que eu ia realizando no computador. Após algum tempo, meu entendimento de que eu tinha a ferramenta disponível, já havia obtido orientações necessárias para manuseá-la e já havia interagido com as próprias ferramentas, então chegara o tempo de eu mesma arriscar! Aqui, eu própria passei a fazer as minhas tentativas, realizar as atividades, procurar os ícones e botões necessários. Conforme ia levantando minhas hipóteses, através da ação de clicar, o aprendizado ocorria.

Então, trago aqui esse recorte:
“Diferentemente do que diz o senso comum, para quem a aprendizagem é um processo passivo, Piaget (1976, p.37) insiste na ideia de que conhecimento é ação, transformação e estabelecimento de relações, pois, “conhecer um objeto é agir sobre ele e transformá-lo, aprendendo os mecanismos dessa transformação, vinculados com as ações transformadoras. Conhecer é, pois, assimilar o real às estruturas de transformações”.


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