quarta-feira, 11 de junho de 2008

SEMINÁRIO INTEGRADOR IV

Enfim, consegui retornar até aqui.
Meus problemas particulares não me permitiram esse retorna antes.
Bom, com relação às últimas atividades propostas por essa interdisciplina (?) gostaria de colocar que foram muito interessantes de serem realizadas.
Primeiro: a proposta de aguçar a curiosidade dos meus alunos e registrar um pouco dessas, foi muito boa, gostosa de aplicar. Como já expliquei no wiki, fiz uma "roda de curiosidades" e desafiei aos meus pequenos que me perguntassem aquilo que tinham curiosidade em saber. Mas não podia ser qualquer curiosidade, não! Era necessário que pensassem mesmo em algo bem curioso.
Nossa "roda de conversa" fervilhou de empolgação. A cada pergunta feita por um aluno, todos os outros respondiam! E defendiam mesmo a sua resposta.

Olha só essa: "Como não vai existir sereia? Então não poderiam ter feito os filmes! Lá (nos filmes) as sereias aparecem, então elas existem.
E tem essa aqui também: "As estrelas foram feitas de pedaços do sol, tu não vês que elas são brilhantes?"
"Como que tu não sabe que tijolo é feito de barro e depois vai no forno?"

Foi um momento delicioso esse.

Então, fazendo as leituras propostas, agorinha ainda terminei-as, pude constatar a validade dessa prática para que possamos despertar em nosso aluno um olhar mais aguçado frente às temáticas que envolvem toda nossa vida escolar: a nossa vida de educador, que nos permite mostrar ao nosso aluno uma prática coerente e íntegra, para servir-lhe de exemplo. Se minha prática é desafiadora, se permito ao meu aluno perceber isso através de meu posicionamente frente à sua curiosidade, permitindo-lhe buscar uma resposta, discutindo-a com os outros e comigo e consigo mesmo, podendo trazer a dúvida, o argumento, a certeza, então é certo que meu aluno aprenderá a também fazer isso. Mattwew Lipman deixa bem claro "a importância de trazer a curiosidade do aluno à tona, envolvendo não somente a ele nesse questionamento, na descoberta das respostas". E isso se fez bem claro a cada pergunta da nossa "roda". Pois fervilhavam respostas, e argumentos para garantir que essa era a mais acertada.

Uma outra fala do autor me fez pensar mais um pouquinho "quando um professor pretende saber tudo, as crianças ficam com a impressão de que o conhecimento consiste em somente emitir resposta memorizada, em vez de algo a ser buscado e criado". Aqui me lembrei de quantas vezes caímos nesse erro. Nós mesmo precisamos admitir que não acertamos sempre... Mas, o mais importante de tudo isso que me ficou, foi a certeza de que todos nós podemos modificar nossa a prática pedagógica, melhorando-a diariamente. Podemos começar a praticar mais "perguntas" ao invés de dar tantas respostas aos nossos alunos.

Muito boa as sugestões de leituras apresentadas, me envolveram mesmo, tanto que fiz um "esforço danado" pra dar conta de lê-las. E fizeram jus ao trabalho proposto.
Sinceramente, foi muito válido, pois embora eu procure sempre dar muita liberdade de meus alunos pensarem, sugerindo atividades que os levam a questionarem o que fazemos juntos na sala, diariamente, e para que servem afinal essas atividades, me fará buscar ainda mais, ampliando a curiosidade dos meus pequenos, que já não é pouca!

Um comentário:

Nadie Christina disse...

Oi Stela,

Adorei os registros da "Roda da curiosidade", assim como as relações com o texto do Lipman. Mas, de tudo eu gostaria de destacar uma frase que, acredito, consegue sintetizar as tuas descobertas: 'Podemos começar a praticar mais "perguntas" ao invés de dar tantas respostas aos nossos alunos.'
Esta não é uma escolha fácil, pois implica na incerteza...porém é uma escolha que possibilita muitas descobertas para todos os envolvidos.
Um carinhoso abraço,
Profa. Nádie