segunda-feira, 17 de novembro de 2008

GESTÃO DEMOCRÁTICA DA EDUCAÇÃO

Assisti a parte 1 do vídeo Gestão Democrática – Teoria e prática.
Nas falas dos convidados ali, professora Isabel Pedroso, professora Lisete Gomes e o professor Jorge Najjar entende-se claramente que a gestão democrática é um processo importantíssimo de construção coletiva. A construção da gestão democrática na escola passa a ser a representação de vários atores, contribuindo e ocupando espaços para um melhor desempenho das práticas pedagógicas, permitindo com isso a luta por uma escola melhor, de mais qualidade. A participação efetiva desse atores permite um processo final mais rico, mais amplo de possibilidades de se construir uma escola melhor gestada e melhor vivida. Essa democratização escolar é um desafio grande a ser vencido, pois envolve muitas pessoas, muitas idéias, pensamentos diferentes. Que necessitam chegar a um acordo: o que é melhor para essa instituição? O que pensam e o que querem a comunidade do entorno, os alunos, os profissionais que ali trabalham? os administradores que a gerem? A prática pedagógica está sendo desafiada a permitir uma “intromissão” (aqui como sinônimo de participação coletiva efetiva) da parte de todos os que nela vivem. É necessário que todos nós, sujeitos envolvidos nessa construção, participemos desse caminhar, debatendo, discutindo, garantindo nosso direito de discordar e apontar soluções em prol da coletividade, aceitando e refazendo nossa atuação frente aos alunos e aos novos desafios que nos rodeiam. Ampliar a democracia é um exercício de aprimoração, que nos permitirá aperfeiçoar essa caminhada, conforme a professora Isabel destacou no vídeo.
Conforme o vídeo ia passando, fui me lembrando que eu mesma participei em 99 e em 2000 da construção do PPP de duas escolas municipais em que trabalhei. As reuniões se davam com muitos participantes, havia discussões acaloradas. Todos se envolviam e juntos chegamos à conclusão do melhor passo, da melhor forma de se alcançar uma educação melhor, uma prática pedagógica mais efetiva. Todas essas reuniões eram possibilitadas em horários que todos participavam. P.s. Aqui nas escolas municipais os professores ainda são cargos políticos indicados pelos prefeitos. Inclusive hoje trabalho numa escola municipal de educação infantil que nos possibilita sempre a discussão coletiva quando temos “acertos, arestas” a aparar. Paramos todos os segmentos, chamamos os pais, por turmas, e discutimos por uma melhor solução.
Em 2003 fui nomeada professora no Estado, entrei numa escola com diretor eleito pela comunidade, com PPP e regimento escolar. Mas, me parece até hoje que essa construção democrática não se mostra tão democrática assim. Os professores que ali atuam não se encontram nunca para nenhum acréscimo, nenhuma mudança, não acontece nenhum debate real do que está sendo feito, da prática pedagógica de consenso, por uma melhor qualidade da educação ofertada. Os encontros que se dão ainda são os conselhos de classes. Ainda não participei de uma reunião coletiva em que todos os segmentos da escola estejam presentes, que opinem, que ofereçam soluções. Tudo sempre fica na crítica, só pela crítica mesmo, nenhum apontamento de discussão que possibilite uma coesão de idéias para melhoria pedagógica. A maioria dos professores só se encontra ali no seu horário de trabalho, dá a sua aula e vai para outra (s) escola. Incluindo a mim, que trabalho em duas...

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